O que é conflito?
Conflito é toda opinião, ação ou maneira diferente de entender determinada situação. Não existe a noção de errado ou certo, apenas posições diversas. Todas as pessoas que vivem em sociedade passam por experiências de conflito no dia a dia desde a infância até a velhice. Os conflitos são de ordem pessoal, profissional, institucional.
Geralmente, apenas percebemos que existe um conflito quando a situação está crítica. É importante que o cuidador de idosos possa identificar o mais rápido possível os fatores que geram os conflitos e tente resolvê-los ao invés de fugir deles, para que a situação não fique mais difícil de solucionar.
Mito de que o conflito é ruim
Podemos entender que uma situação de conflito não é de todo ruim ou boa. Se conseguirmos aproveitar a experiência, podemos:
• Ajudar a adaptar as relações
• Ensinar a ver o mundo pela perspectiva do outro
• Reconhecer as diferenças
• Desenvolver argumentos;
• Entender que as diferenças são uma oportunidade de crescimento e de amadurecimento social.
Numa situação de conflito, não assumimos um único posicionamento. Existe uma troca de papéis nas situações elencadas abaixo:
Falta de comunicação: posso não comunicar o que é importante como ser a pessoa que não recebe as informações necessárias. Exemplo: motorista compra vinho para o idoso que não pode beber e não avisa a cuidadora.
Comunicação não objetiva: posso não entender o que está sendo dito como posso não ser claro. Exemplo: você avisa que vai chegar um pouquinho atrasada, mas não diz quanto tempo será.
Inflexibilidade, dificuldade de aceitar o novo: posso permanecer numa posição rígida como ter um interlocutor com esse perfil. Exemplo: você escuta uma sugestão de mudança e, sem avaliar a possibilidade, já fala “aqui isso não é possível”.
Autoritarismo: posso ser a pessoa que acha que está sempre com a razão ou conviver com uma pessoa assim. Exemplo: “Eu já trabalho há 20 anos, sei o que estou dizendo”.
Rompimento de acordos pré-estabelecidos: posso ser a pessoa que rompe com os contratos como ser a pessoa que convive com esse tipo de situação. Exemplo: o seu horário de entrada é às 19h e você sempre se atrasa 15 minutos, deixando a sua colega te esperando.
Assumir funções que não tem conhecimento: posso dizer que sei fazer determinadas tarefas como ter uma colega que se compromete e não consegue cumprir. Exemplo: na entrevista, você diz que sabe trocar fralda, mas quando assume o trabalho, fica apavorada porque não sabe fazer isso.
Fofocas e falar mal: posso ser a pessoa que faz a fofoca e fala mal da outra como a que sofre esse tipo de situação. Exemplo: uma colega sua diz para você que te acha uma excelente cuidadora, mas você escuta ela comentando com outra pessoa que você não sabe fazer nada direito e que ela faz tudo sozinha.
Sobrecarga: posso ser a pessoa que tem dificuldade para dizer “não” e fica sobrecarregada como conviver com uma pessoa assim e ser cobrada para assumir mais do que foi combinado. Exemplo: você fazia parte de uma equipe de duas pessoas e a sua colega deixou o emprego. A família pede para você assumir por alguns dias, mas viraram meses.
Abusar da boa vontade do outro: posso ser tanto a pessoa que abusa como a pessoa que é abusada. Exemplo: sua colega sempre chega atrasada 15 minutos e você sempre diz que tudo bem, complicando seus outros compromissos, se sobrecarregando e ficando com raiva, mas sem falar nada.
Desinteresse pelo que se propõe a realizar: posso ser tanto a pessoa desinteressada pelo meu trabalho como a que convive com uma profissional com esse perfil. Exemplo: você vai trocar a fralda do idoso, mas deixa claro para ele que sente nojo.
Dificuldade de entrar em acordo sobre a organização do cuidado. Exemplo: o familiar acha que uma taça de vinho de vez em quando não faz mal, porém a orientação médica não permite nenhuma gota.
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