Morar sozinho é uma vitória para alguns jovens, mas para quem está na terceira idade talvez não seja tão fácil assim… Alguns idosos podem precisar de uma companhia frequente em sua casa e começam a dar sinais dessa necessidade.
Segundo a geriatra Rosiane Cazeli Barbosa, um dos principais sinais é quando a pessoa diminui as atividades sociais. “Se o idoso sempre foi uma pessoa ativa e, de repente, não quer mais sair de casa, é sinal de que algo está errado. Outro forte sinal é o esquecimento constante”.
A médica explica que o esquecimento pode ser percebido em ações simples do cotidiano, como deixar de abrir as correspondências.
“Cartas fechadas, contas atrasadas e as que nem foram retiradas da caixinha do carteiro dão indícios de que a pessoa está esquecendo de compromissos”.
Deixar de limpar e organizar a casa e se confundir com os medicamentos é outro sinal. “Se sobram comprimidos demais ou se a caixa acaba antes do previsto, pode ser que o idoso não esteja ingerindo a medicação. Ou tomando mais de uma pílula por dia”, explica a médica.
Ao visitar o pai ou a mãe que vive sozinho, o filho também deve ficar atento se há alimentos estragados ou fora da validade na casa, e se os mantimentos estão guardados de forma correta.
Manchas no corpo do idoso podem significar quedas e esbarrões. “Ele pode estar caindo ou batendo nas quinas e maçanetas da casa por falta de equilíbrio. É bom ficar atento”, explica Rosiane.
Conversa
Quando a família percebe que o idoso não pode mais morar sozinho, é preciso conversar e explicar a situação. Porém, a pessoa não deve ser retirada de casa. O ideal é que algum familiar ou um cuidador com formação seja a sua companhia.
“A família precisa oferecer ajuda e mostrar que está contribuindo para o bem-estar da pessoa, mas o processo não pode ser traumático nem imposto. É preciso um diálogo cuidadoso para que o idoso não se sinta invadido ou ache que a família o vê como inútil”, diz a médica.
Caso o idoso não entenda a situação, a geriatra afirma que vale a pena levá-lo para conversar com um psicólogo ou com um assistente social. “E preciso explicar, com carinho, que ele não tem mais condições de viver sozinho e que ter uma companhia é uma forma de viver mais feliz”.
O idoso precisa ter alguma autonomia
Alguns sinais
Cotidiano
Reclusão em quem gostava de sair de casa; esquecimento frequente (o que inclui deixar de pagar contas, não abri-las ou não verificar se chegaram); deixar alimentos estragarem ou guardá-los de forma errada; desorganização da casa; remédios que acabam antes do previsto ou que sobram na caixa; quedas frequentes ou esbarrões em maçanetas e quinas da casa (vale ficar atento em manchas na pele); pessoas que eram dóceis e se tornaram irritadas
Como agir
Lar doce lar
O ideal é deixar o idoso em sua casa, pois assim o processo não será traumático para ele
Atenção e formação
A companhia pode ser de um familiar disposto a mudar para um novo local ou a família pode contratar um cuidador que tenha formação para o cargo
Autonomia
A pessoa deve acompanhar o idoso em consultas médicas, em atividades de lazer e até nas compras. “A pessoa terá que supervisionar atividades que tragam prazer para o idoso e nas que ele se sinta útil. O idoso deve ter alguma autonomia”, explica a geriatra Rosiane Cazeli Barbosa
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